terça-feira, 13 de novembro de 2012

Até um dia....


"Eles se gostam. 
Todo mundo sabe mas ninguém acredita. 
Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossível. 
Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. 
Alguns dizem que isso jamais daria certo. 
Outros dizem que foram feitos um para o outro. 
Eles preferem não dizer nada.
Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas.
Ela quer atitudes, ele quer ela.
Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela.
E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros.
Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro.
E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz.
É fácil porque os dias passam rápido demais, é difícil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles.
E todos os dias eles se perguntam o que fazer.
E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro.
Que no momento certo, quando se encontrarem nada, nada seja por acaso."

Simples assim



"Esqueci de crescer em um aspecto: sou muito boa para quem eu gosto. 
Para esses, o mundo. 
Amo abraços, dar presentes, fazer agrados, segurar a mão, o coração, segurar a barra. Quando eu gosto me entrego demais. 
Quem eu levo comigo, entenda, levo no peito, num duplex com vista para o mar. 
Mas nem todo mundo é santo, muito menos eu. 
Sei ser suja e má: por favor, não pague para ver. 
O preço é alto, eu faço birra, bato o pé, fico de bico. 
Fica escrito na minha cara: eu gosto/não gosto de você – não sei disfarçar.
Sou franca e falo o que penso, deve ser por isso que vivo com os joelhos roxos.
A gente cai muito quando tem correndo nas veias a sinceridade.
Nem sempre sei a hora de falar as coisas, em contrapartida nem sempre eu falo tudo.
Será que você entende? Tenho medo de ferir com as palavras.
Na verdade, morro de medo disso.
Então, eu fico escondendo de você que às vezes faz um frio danado aqui dentro."

domingo, 4 de novembro de 2012

Príncipes e sapos


Sinceramente? 
Sou, assumidamente, fã dos galinhas convictos. 
Isso mesmo, do cara que te diz que não quer se envolver, com todas as letras. 
Que gosta de você, da noite, das bebidas, das biscates e não esconde isso, pelo contrário. 
Também passo longe de fazer a linha "perfeitinha", let it be. 
Gosto de romance, mimimi, cinema, clichês, pronomes possessivos. 
Mas é que entre todas as coisas que eu gosto, tem uma que eu não abro mão: sinceridade. 
E, por isso, prefiro um babaca sincero do que um príncipe de mentirinha.

Não tenho paciência ou conformismo pra aguentar o cara perfeito, falando coisas perfeitas, fazendo juras de filme, com promessa de filhos correndo pela casa e um cachorro no quintal. 
Eu ia surtar todos os dias, tentando descobrir quem é ele longe de mim, porque ele é homem e tudo isso tá muito errado. 
Não ia conseguir achar lindo, morrer de amores e ponto, topar ser resgatada da torre, com um sorriso de canto a canto. Tipo de gente e de
 história que não me convence: "encantada".
Acredito em fidelidade, acredito e espero. 


Felicidade a dois, cumplicidade e todas essas coisas. 


Mas somos todos vacilantes e ninguém aqui é personagem de um filme de romance, então vamos nos poupar. Vou te contar, eu amo flores. Mas amo muito mais a verdade.

#Não sei quem escreveu, mas a  pessoa se inspirou em mim fazendo esse texto, só pode!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PRECE!


"Que Deus não permita que eu perca o romantismo, mesmo eu sabendo que as rosas não falam. 
Que eu não perca o otimismo, mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre. 
Que eu não perca a vontade de viver, mesmo sabendo que a, vida é, em muitos momentos, dolorosa. 
Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas, do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas. 


Que eu não perca a vontade de, ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas, delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda.


Que, eu não perca o equilíbrio, mesmo sabendo que inúmeras forças, querem que eu caia. 
Que eu não perca a vontade de amar, mesmo, sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir o, mesmo, sentimento por mim. 


Que eu não perca a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo escurecerão, meus olhos. 


Que eu não perca a garra, mesmo sabendo que a, derrota e a perda são dois adversários extremamente perigosos. 


Que eu não perca a razão, mesmo sabendo que as tentações da vida, são inúmeras e deliciosas. 


Que eu não perca o sentimento de justiça, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.
Que eu, não perca o meu forte abraço, mesmo sabendo que um dia meus, braços estarão fracos. 


Que eu não perca a beleza e a alegria de, viver, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma. 


Que eu não perca o amor por, minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria, esforços,incríveis para manter a sua harmonia.
 


Que eu não perca a, vontade de doar este enorme amor que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até, rejeitado. 


Que eu não perca a vontade de ser grande, mesmo, sabendo que o mundo é pequeno. 


E acima de tudo, que eu, jamais, me esqueça que Deus me ama infinitamente, que um pequeno grão, de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e, transformar qualquer coisa, pois a vida é construída nos sonhos e concretizada no amor." 



Chico Xavier

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Mulheres que nunca seremos!


‎''Sou só mais uma vítima da Maldição das Mulheres Diretas. 
Faço parte da tribo que nasceu predestinada à essa sina de ser sincera, sem rodeios ou meio termos. 
Sofro, todos os dias, a desvantagem de não ter paciência pra fazer doce, que eles tanto reclamam, mas amam e se acham incríveis ao conquistar as tais "super difíceis". 
Pior, sou desfavorecida por não ser sonsa, e sonsas, todas sabem, são sempre sucesso e a pedida de quase sempre. 
A garota é mais rodada do que roleta de ônibus, já fez coisa que até Deus duvida, mas ela jura de pés juntos que você é o segundo cara da vida dela e era só isso que você precisava ouvir, como ela é linda e comportada, não é? É sim, que dó. 
Gente como eu, parte dessa saga de ser inteira, tem no sangue o impulso e em cada poro a natureza de ser verdadeira, custe o que custar. 
Nós já começamos a corrida bem atrás e tem milhões de obstáculos a mais pelo percurso. 
É que gente assim não espera, não se submete a virar peão de jogo, não diz amém pra qualquer regra, muito menos resiste a fazer o que estiver com vontade: seja uma sms, ligação, chamar no chat, falar sobre amor, um ex amor ou qualquer outra coisa. 
Minha tribo nasceu pra esgotar todas as possibilidades, é um desfecho da maldição. 
Pra cada fim, um recomeço mais doce, mais cínico e bem mais cara de pau, é o final de todas nós. 
Eu tô falando de quem se joga, e depois pensa, tá me entendendo? 
Tô falando da maldição mais deliciosa que qualquer um já tenha ouvido falar. 
Sorte a minha, sorte a sua, sorte a nossa. E de cada um que tiver a chance de nos segurar por aí, mesmo que por alguns minutos. 
Sem querer levantar bandeira, mas aposto que a sonsa vai descer na preferência!''

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Velha, não! Eu sou vintage!


Que bom encontrar por ai alguém que com eu também acha que idade não é nada!!!

- Fiquei decepcionada. Não gostei dos retratos. Esperava mais. Saí com cara de velha.
A filha, espantada com minha afirmação, num tom de deboche típico de pré-adolescente, me perguntou:
- Mãe, 50 te diz alguma coisa a respeito disso?
Na idade dela, eu tinha uma visão muito semelhante. Achava todo mundo com mais de 30 muito velho.  Hoje, relendo os fatos, vejo que me enganei.
Perdi algumas pessoas muito queridas nessa faixa de idade.  Eu, adolescente, me consolava pensando que a pessoa já estava mesmo meio velhinha, no fim da vida, era assim mesmo.
Quando, ano passado, cheguei aos 50, senti o frio dos que foram cedo muito perto de mim. Me olhando no espelho retrovisor, outro dia, vi os olhos do meu pai. Então, aqueles que foram cedo, eles eram novinhos também? Ou eu é que não sou mais?
E 50 é velha?  Como assim?  Eu me sinto tão cheia de ânimo, de disposição, de joie de vivre!  Quero cantar mesmo desafinado, dançar, rir.  Para a filha adolescente, eu pago mico. Não pode. Não pode? Quem é velha? Eu ou ela?  Qual a proposta, morrer em vida?
Já me deparei com essas questões inúmeras vezes no consultório.  Pessoas que se censuravam por ainda terem sede de uma vida que, imaginavam, não lhes cabia mais. Inseguras, incertas se podiam ainda ou não.  Se ficava feio. Seria ridículo?  E o que as pessoas iriam dizer?
A vida tem o tamanho que a gente dá. Ela pode ser pp ou GG.  Se, por medo do olhar alheio, restringimos nossa área de lazer, o que será de nós?
O que é ser velha?  O que uma velha pode ou não fazer?  Poucas questões são tão subjetivas quanto esta.
Começei, lá pelos 40, a ter dificuldade de enxergar bem de perto.  Agora, de longe, a coisa também já não funciona mais. Vista cansada. Está cansada de que, gente?  Eu aqui toda animada, tanta coisa para ver ainda, não cansa não. Vamos lá.
Reconheço que o corpo não é mais o mesmo.  A visão deu defeito.  O cabelo mudou de cor. A tireoide rateou. Nem vou falar do resto. Mas, só passa por isso quem não morre cedo.  Então é lucro. A gente vai fazendo umas gambiarras, e segue.
O tempo que passa, dá uma desgastada básica aqui e ali. Mas, traz a paz do ensinamento. A leveza de quem aprendeu que tudo acaba tendo um jeito. A satisfação com a felicidade, não perfeita, mas possível.
Uma falta de cor no cabelo, uns defeitos aqui, uma enrugada ali.  Se eu fosse móvel, iam dizer que era pátina e me amar!
Se eu fosse roupa, assim, com cara de muito usada, ia custar uma fortuna. Seria exposta na vitrine, para acirrar o desejo dos consumidores.
Em gente, não vale nada?  São minhas marcas, desgaste natural da quilometragem percorrida. Estão ali para mostrar que eu vivi. Como o vinho, agora mais velha, apurei o sabor.  A garrafa, está meio desgastada, o tempo deixa suas digitais.  Mas, lapida o conteúdo. Que no total, agora desce mais suave.
Quer saber de uma coisa? Eu não sou velha coisa nenhuma.  Eu sou vintage!

Ass: psicóloga e professora carioca Mônica El Bayeh

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Monólogo de uma mulher moderna:



'São 5.30H da manha, o despertador não pára de tocar e não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede.

Estou acabada. Não quero ir trabalhar hoje. Quero ficar em casa, a cozinhar, a ouvir musica, a cantar, etc. Tudo menos sair da cama, meter a primeira e ter de por o cérebro a funcionar.
Gostava de saber quem foi a bruxa imbecil, a matriz das feministas que teve a desgraçada da ideia de reivindicar os direitos da mulher e porque o fez connosco que nascemos depois dela?
Estava tudo tão bem no tempo das nossas avós, elas passavam o dia todo a bordar, a trocar receitas com as suas amigas, ensinando-se mutuamente segredos de condimentos, truques, remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos seus maridos, decorando a casa, podando arvores, plantando flores, recolhendo legumes das hortas e educando os filhos.A vida era um grande curso de artesãos, medicinas alternativas e de cozinha.
Depois ainda ficou melhor, tivemos os serviços, chegou o telefone, as telenovelas, a pílula, o centro comercial, o cartão de credito, a Internet!
Quantas horas de paz a sós e de realização pessoal nos trouxe a tecnologia!
Até que veio uma tipa, que pelos vistos não gostava do corpinho que tinha, para contaminar as outras rebeldes inconsequentes com ideias raras sobre vamos conquistar o nosso espaço' Que espaço?! Que caraças!
Se já tínhamos a casa inteira, o bairro era nosso, o mundo a nossos pés!!!
Tínhamos o domínio completo dos nossos homens, eles dependiam de nós, para comer, vestirem-se e para parecerem bem à frente dos amigos e agora?
Onde é que eles estão???
Nosso espaço???!!! Uma treta...
Agora eles estão confundidos, não sabem que papel desempenham na sociedade, fogem de nós como o diabo da cruz.
Essa piada... essa ideia estúpida, acabou por encher-nos de deveres. E o pior de tudo acabou lançando-nos no calabouço da solteirice crônica aguda!!!!
Antigamente os casamentos eram para sempre.
Porquê? Digam-me porquê, um sexo que tinha tudo do melhor que só necessitava de ser frágil e deixar-se guiar pela vida começou a competir com os machos?
A quem ocorreu tal ideia?
Vejam o tamanhão dos bíceps deles e vejam o tamanho dos nossos! Estava muito claro que isso não ia terminar bem.
Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de ser magra como uma escova, mas com as mamas e o rabo rijos, para o qual tenho que me matar no ginásio, ou de juntar dinheiro para fazer uma mamoplastia, uma lipo, ou implantes nas nádegas...
Alem de morrer de fome, pôr hidratantes, anti-rugas, padecer do complexo do radiador velho a beber agua a toda a hora e acima de tudo ter armas para não cair vencida pela velhice, maquilhar-me impecavelmente cada manha desde a cara ao decote, ter o cabelo impecável e não me atrasar com as madeixas, escolher bem a roupa, os sapatos e os acessórios, não vá não estar apresentável para a reunião do trabalho.
E não só, mas também ter que decidir que perfume combina com o meu humor, ter de sair a correr para ficar engarrafada no transito e ter que resolver metade das coisas pelo telemóvel, correr o risco de ser assaltada ou de morrer numa investida de um autocarro ou de uma mota, instalar-me todo o dia em frente ao PC, trabalhar como uma escrava, moderna claro esta, com um telefone ao ouvido a resolver problemas uns atrás dos outros, que ainda por
cima não são os meus problemas!!! Tudo para sair com os olhos vermelhos?
Pelo monitor, porque para chorar de amor não há tempo!
E olhem que tínhamos tudo resolvido, estamos a pagar o preço por estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, perfumadas, unhas perfeitas, operadas, sem falar do currículo impecável, cheio de diplomas, de doutoramentos e especialidades, tornámo-nos super-mulheres mas continuamos a ganhar menos que eles e de todos os modos são eles que nos dão ordens!!!!
Que desastre!
Quero alguém que me abra a porta para que possa passar, que me puxe a cadeira quando me vou sentar, que mande flores, cartinhas com poesias, que me faça serenatas à janela!
Se nós já sabíamos que tínhamos um cérebro e que o podíamos utilizar para quê ter que demonstra-lo a eles??
Ai meu Deus, são 6.10H, e tenho que levantar-me da cama...
Que fria está esta solitária e enorme cama! Ahhhh... Quero um maridinho que chegue do trabalho, que se sente ao sofá e me diga: Meu amor não me trazes um whisky por favor? ou: O que há para jantar?
Porque descobri que é muito melhor servir-lhe um jantar caseiro do que atragantar-me com uma sanduíche e uma Coca-Cola light enquanto termino o trabalho que trouxe para casa.
Pensas que estou a ironizar ou a exagerar?
Não minhas queridas amigas, colegas inteligentes, realizadas liberais..... e idiotas!
Estou a falar muito seriamente:
Abdico do meu posto de mulher moderna.'
E digo mais :
A maior prova da superioridade feminina era o facto de os homens
esfalfarem-se a trabalhar para sustentar a nossa vida boa!
Agora somos iguais a eles!

sábado, 4 de agosto de 2012

Eu amo minha filha!!!!!




Para você que já é mãe e está vendo sua filha crescendo e seguindo seu próprio rumo, afinal como diz o ditado: eles são para o mundo. 
Lá vai minha filha...... do olho grande e da pele macia. 
A menina que chegou trazendo todo um universo de novidades: emoções, medos, encantamentos e aprendizados.
Crescemos juntas, eu aprendendo ser mãe e ela aprendendo a ser ela mesma.
Descobrimos duas palavras mágicas, ela me chamou de mãe e eu a chamei de filha. 
Palavras novas e viscerais que esperavam pacientes para se cumprirem.
Éramos duas sendo uma em muitos sentidos. Carne da minha carne, fruto do meu amor, sonho dos meus sonhos. 
Ela me expandia e eu a protegia. 
Ela me dava a mão eu todos os sumos.
Ela me dava a eternidade e eu lhe dava asas. 
Ela me alargava o coração e eu lhe ensinava a caminhar sozinha. 
Ela me cobria de beijos e eu a cobria de bênçãos. 
Ela me me pedia colo e eu lhe pedia sorrisos. 
Ela me ensinava e eu lhe descortinava o mundo. 
Ela me apontava o novo e eu lhe ensinava lições aprendidas no passado. 
Ela me falava de fadas e princesas e eu lhe falava de avós e gentes. 
Ela me emprestava seus olhos encantados e eu rezava por um mundo melhor. 
Ela me tirava o sono e eu cantava para ela dormir. 
Ela me alegrava a vida e eu vivia para ela.
Quando o filho nasce começamos a nos despedir dele no mesmo instante. 
Nosso elo só é enquanto no ventre.
 Depois somos seus abrigos, condutore, provedores, sem nunca esquecer que eles começam a ir embora no dia que nascem. 
No começo o tempo parece parar. 
A plenitude da maternidade e a dependência dos pequenos criam uma ilusão de que será assim para sempre. Mas não, eles crescem inexoravelmente em direção à independência. 
Cumpre-se o ciclo da vida e é melhor que seja assim, caso contrário significa que algo de muito triste, inverso ou perverso aconteceu.
Lá vai minha filha........ assim seja!
Olho seus olhos enormes e profundos e vejo os mesmos olhos que ainda na sala de parto me olharam intrigados e solenes, como que me reconhecendo, me convocando....Eu, imediatamente disse SIM á minha filha e a segui desde aquele instante, entregue. 
O amor que senti foi tão avassalador e instantâneo que cheguei a ter medo.
Na hora que nasce o filho, a gente compreende a fragilidade da vida, a fugacidade das coisas e passa a ter medo de morrer. 
O fato dela precisar de mim me torna única e imprescindível. Eu não podia falhar. A partir dalí tudo mudou, meu espaço, meu papel, minha relação com o mundo:eu era MÃE!
Crescemos juntas...mãe e filha. 
Ao longo desses anos rimos, choramos, brigamos, resolvemos impasses, estreitamos laços, vencemos batalhas, enfrentamos noites escuras. 
Contamos uma com a outra sempre. Às vezes era eu quem a socorria, outras, era ela quem me amparava. 
Não foram poucas as vezes em que os papéis se inverteram e ela foi minha mãe. 
Às vezes me pergunto se dei a ela tanto quanto recebi. Sinceramente acho que não. 
Desde o momento zero, ela transformou minha vida e num movimento contínuo faz de mim uma pessoa melhor. Lá vai minha filha apaixonada e confiante. 
Ensaiando voos, escolhendo caminhos, encerrando ciclos. 
Eu feliz penso:CUMPRA-SE, FIQUE COM A LUZ.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Prazeres da melhor idade





Rui de Castro,
Prazeres da melhor idade
Melhor idade é a puta que te pariu - a melhor idade é de 18 aos 40 anos... A voz em Congonhas anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.". Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" - algo entre os 0 anos e a morte.
Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.
Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.
Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes
receitam e depois não conseguem retirar.
Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: "Voltando da farra, Ruy?". Respondi, eufórico: "Que nada! Estou voltando da farmácia!". E esta, de fato, é uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.
Primeiro, a aposentadoria é pouca e você tem que continuar a trabalhar para melhorar as coisas. Depois vem a condução. Você fica exposto no ponto do ônibus com o braço levantado esperando que algum motorista de ônibus te dê uns 60 anos. Olha... a análise dele é rápida. Leva uns 20 metros e, quando pára, tem a
discussão se você tem mais de 60 ou não.
No outro dia entrei no ônibus e fui dizendo:
- "Sou deficiente".
O motorista me olhou de cima em baixo e perguntou:
- "Que deficiência você tem?"
- "Sou broxa!"
Ele deu uma gargalhada e eu entrei. Logo apareceu alguém para me indicar um remédio. Algumas mulheres curiosas ficaram me olhando e rindo...
Eu disse bem baixinho para uma delas:
- "Uma mentirinha que me economizou R$ 3,00, não fica triste não"
Bem... fui até a pedra do Arpoador ver o por do sol. Subi na pedra e pensei em cumprir a frase. Logicamente velho tem mais dificuldade. Querem saber?
Primeiro, tem sempre alguém que quer te ajudar a subir: "Dá a mão aqui, senhor!!!" Hum, dá a mão é o cacete, penso, mas o que sai é um risinho meio sem
graça. Sentar na pedra e olhar a paisagem. É, mas a pedra é dura e velho já perdeu a bunda e quando senta sente os ossos em cima da pedra, o que me faz ter que trocar de posição a toda hora. Para ver a paisagem não pode deixar de levar os óculos se não, nada vê. Resolvo ficar de pé para economizar os ossos da bunda e logo passa um idiota e diz:
- "O senhor está muito na beira pode ter uma tontura e cair."
Resmungo entre dentes: ... "só se cair em cima da sua mãe"... mas, dou um risinho e digo que esta tudo bem . Esta titica deste sol esta demorando a descer, então eu é que vou descer, meus pés já estão doendo e o sol nada.
Vou pensando - enquanto desço e o sol não - "Volto de metrô é mais rápido..."
Já no Metrô, me encaminho para a roleta dos idosos, e lá esta um puto de um guarda que fez curso, sei eu em que faculdade, que tem um olho crítico de
consegue saber a idade de todo mundo. Olha sério para mim, segura a roleta e diz:
- "O senhor não tem 65 anos, tem que pagar a passagem."
A esta altura do campeonato eu já me sinto com 90, mas quando ele me reconhece mais moço, me irrompe um fio de alegria e vou todo serelepe comprar o ingresso.
Com os pés doendo fico em pé, já nem lembro do sol, se baixou ou não dane-se. Só quero chegar em casa e tirar os sapatos... Lá estou eu mergulhado em meus profundos pensamentos, uma ligeira dor de barriga se aconchega... Durante o traje to não fui suficientemente rápido para sentar nos lugares que esvaziavam...
Desisti... lá pelo centro da cidade, eu me segurando, dei de olhos com uma menina de uns 25 anos que me encarava... Me senti o máximo.
Me aprumei todo, estufei o peito, fiz força no braço para o bíceps crescer e a pelanca ficar mais rígida, fiquei uns 3 dias mais jovem. Quando já contente, pelo menos com o flerte, ela ameaçou falar alguma coisa, meu coração palpitou. É agora...
Joguei um olhar 32 (aquele olhar de "Zé Bonitinho") ela pegou na minha mão e disse:
- "O senhor não quer sentar? Me parece tão cansado?"
Melhor Idade??? Melhor idade é a puta que te pariu!

domingo, 1 de julho de 2012

35 anos para ser feliz




35 anos para ser feliz
 Martha Medeiros


Uma notinha instigante na Zero Hora de 30/09: foi realizado em Madri o Primeiro Congresso Internacional da Felicidade, e a conclusão dos congressistas foi que a felicidade só é alcançada depois dos 35 anos. Quem participou desse encontro? Psicólogos, sociólogos, artistas de circo? Não sei. Mas gostei do resultado.

A maioria das pessoas, quando são questionadas sobre o assunto, dizem: "Não existe felicidade, existem apenas momentos felizes". É o que eu pensava quando habitava a caverna dos 17 anos, para onde não voltaria nem puxada pelos cabelos. Era angústia, solidão, impasses e incertezas pra tudo quanto era lado, minimizados por um garden party de vez em quando, um campeonato de tênis, um feriadão em Garopaba. Os tais momentos felizes.

Adolescente é buzinado dia e noite: tem que estudar para o vestibular, aprender inglês, usar camisinha, dizer não às drogas, não beber quando dirigir, dar satisfação aos pais, ler livros que não quer e administrar dezenas de paixões fulminantes e rompimentos. Não tem grana para ter o próprio canto, costuma deprimir-se de segunda a sexta e só se diverte aos sábados, em locais onde sempre tem fila. É o apocalipse. Felicidade, onde está você? Aqui, na casa dos 30 e sua vizinhança.

Está certo que surgem umas ruguinhas, umas mechas brancas e a barriga salienta-se, mas é um preço justo para o que se ganha em troca. Pense bem: depois dos 30, você paga do próprio bolso o que come e o que veste. Vira-se no inglês, no francês, no italiano e no iídiche, e ai de quem rir do seu sotaque. Não tenta mais o suicídio quando um amor não dá certo, enjoou do cheiro da maconha, apaixonou-se por literatura, trocou sua mochila por uma Samsonitee não precisa da autorização de ninguém para assistir ao canal da Playboy. Talvez não tenha se tornado o bam-bam-bam que sonhou um dia, mas reconhece o rosto que vê no espelho, sabe de quem se trata e simpatiza com o cara.

Depois que cumprimos as missões impostas no berço — ter uma profissão, casar e procriar — passamos a ser livres, a escrever nossa própria história, a valorizar nossas qualidades e ter um certo carinho por nossos defeitos. Somos os titulares de nossas decisões. A juventude faz bem para a pele, mas nunca salvou ninguém de ser careta. A maturidade, sim, permite uma certa loucura. Depois dos 35, conforme descobriram os participantes daquele congresso curioso, estamos mais aptos a dizer que infelicidade não existe, o que existe são momentos infelizes. Sai bem mais em conta.

Outubro de 1998

Martha Medeiros

sábado, 16 de junho de 2012

Labirintos!




Em todas as culturas, o labirinto tem o simbolismo de representação confusa da consciência matriarcal, do inconsciente e este universo só pode ser transposto por aqueles que encontram-se preparados para fazer uma jornada ao universo do inconsciente coletivo. Seu acesso portanto, só é viável ao iniciado que conhece de forma antecipada os planos, uma vez que o seu centro é reservado à ele. O labirinto conduz o homem ao seu próprio centro interior.

O Labirinto tem muitas significações, sua utilização vem de tempos imemoriais. Abaixo algumas teorias acerca desse símbolo de auto-conhecimento:

Símbolo de proteção, caminho de iniciação, entrada para o mundo espiritual... o labirinto sempre teve múltiplos usos pelas mais variadas culturas. 
O estudo dessa figura, através da geometria sagrada, permitiu descobrir a energia que este desenho guarda em seu interior. São muitas as pessoas que criam seus próprios labirintos para percorrê-los e receber essa energia positiva em sua vida cotidiana.
Podemos encontrar labirintos nas rochas do México e da Itália, em mantas e cestos dos povos primitivos norte-americanos, nas pedras do deserto da Líbia, em mosaicos na Escandinávia e Índia, nos solos das igrejas européias. Os labirintos se converteram em figuras universais utilizadas por numerosas culturas, com diferentes propósitos, sempre adaptando-os às necessidades de cada comunidade e seguindo uma estrutura similar.
A diferença dos labirintos comuns, que têm caminhos sem saídas e muitas ramificações, o labirinto da meditação consiste em um único caminho desde a entrada até o centro.
Sua origem é incerta, mas alguns estudiosos o situam na Grécia da Idade do Bronze, porque dessa zona procede a famosa lenda do labirinto do Minotauro, e porque ali se localizam antigas moedas do século III a.C., cunhadas com desenhos de labirintos.
A utilização desta figura por culturas tão distantes e diferentes como Grã Bretanha, Peru, Sumatra ou Creta, despe rta o interesse de antropólogos e arqueólogos que tentam averiguar o significado que nossos antepassados atribuíam ao símbolo labiríntico.
Conhece-se que a maioria das civilizações considerava esse símbolo como o núcleo ou centro sagrado, o que os gregos chamavam de omphalos.
Para os indígenas norte-americanos do Arizona, os pimas, o labirinto representava o caminho que conduz ao alto de sua montanha sagrada. Por essa razão adornavam os cestos e os utensílios cotidianos com essa figura.
Para os zulus, da África do Sul, o labirinto desenhado em volta de suas cabanas representava proteção. Para os escandinavos, as almas dos antepassados habitam os labirintos de pedras e isso os impede de escapar e interferir na existência dos vivos.
A lenda do labirinto de Creta, na Grécia, foi descoberta no século XX, nas colunas do antigo Palácio de Cnosos e influenciou na concepção mágica e religiosa do labirinto a ponto de que os realizados nas pedras receberam o nome de Povo de Tróia ou Parede de Tróia. 


Na Idade Média, ao labirinto se incorporou o símbolo da cruz, e muitas das principais igrejas européias gravaram caminhos de características labirínticas em seus solos. O centro significava Jerusalém, a cidade mais sagrada das Cruzadas, como da Catedral de Chartres na França. Eram utilizados como caminhos de penitência por seus fiéis, que andavam descalços ou de joelhos, orando, enquanto faziam o caminho desenhado. 
É possível encontrar esse tipo de figura nos parques públicos, jardins, escolas, hospitais e igrejas em vários locais do mundo. Na Catedral da Tolerância em São Francisco, EUA, que foi erguida em 1849, estão construídos dois labirintos: um ao ar livre, construído em pedra, aberto ao público, e outro no interior da catedral. Ambos possuem as características da Catedral de Chartres.
Atualmente muitos grupos utilizam o labirinto como caminho de meditação para o autoconhecimento, pois se trata de uma ferramenta de fortalecimento grupal, uma prática de cura e um catalisador para a construção do processo de paz interior.
Durante todo o trajeto, o "peregrino" deve manter um estado de meditação permeável para a conexão com eu-interior. O único requisito imprescindível é libertar a mente de todos os pensamentos cotidianos, para tentar melhorar suas vidas, graças à experiência de seu caminho percorrido. O importante é saber que o peregrino chegará ao centro sem dificuldade, o que propiciará à mente o relaxamento necessário para confiar em seus próprios passos. Essa meditação é uma forma de refletir sobre sua existência pessoal e sua relação com o mundo e o Cosmo.
O labirinto é uma fonte de energia que pode colaborar com o "fluxo energético" daquele que medita no caminho. É uma figura da geometria sagrada que concentra um tipo de energia perceptível. O círculo foi considerado a representação da totalidade; a espiral, uma imagem de transformação e crescimento, e o labirinto, um caminho de meditação.
Aristóteles sustentava que a alma humana pensa em imagens e a geometria sagrada comparte esse conceito; para isso precisamos entender que o Universo está constituído por uma energia em contínuo estado de transformação.

Curiosidades:
Um labirinto protegia dos aventureiros o famoso tesouro do Rei Salomão e o formato labiríntico era também o caminho percorrido pelos profanadores das tumbas egípcias.
O labirinto é um símbolo ancestral, o qual está presente nas mais diversas culturas, tanto no Ocidente quanto no Oriente. Ele é normalmente representado como um complexo de caminhos enredados, elaborados de forma a desnortear aqueles que tentam encontrar a saída.
Na tradição alquímica ele simboliza os desafios e as aflições que os iniciados precisam atravessar para se depurar espiritualmente e assim alcançar a tão sonhada pedra filosofal, ou seja, a perfeição. É neste momento que o adepto alcança o núcleo de si mesmo. Os alquimistas acreditam no que se denomina labirinto de Salomão ou labirinto das catedrais, uma imagem predominante na filosofia cabalista, que encabeça alguns manuscritos desta ciência oculta.
A forma labiríntica pode ser encontrada em edificações tridimensionais, como o mítico Labirinto de Creta, um dos principais mitos gregos. Ou em jardins construídos neste formato, nos desenhos impressos em jornais, entre outros espaços antigos e modernos, como a Internet, concebida igualmente como um labirinto.
Na rede virtual o labirinto ganha uma conotação moderna. Dois estilos engenhosos são utilizados parase percorrer a Web. Em um deles, conhecido como a estratégia de Ariadne sã, todo caminho é assinalado – lembrando a antiga tática de João e Maria, que marcam o trajeto com migalhas de pão -, para que se possa, mais tarde, voltar pela mesma via, se assim o internauta desejar.
No outro, chamado a estratégia de Ariadne louca, o usuário vai navegando sem se atentar ao caminho, através de ensaios e erros, de site em site, sem que seja possível refazer a trilha percorrida. Tanto um plano quanto o outro pode levar o internauta a obter os mais variados frutos de sua busca.
Este símbolo também é usado como uma forma de conferir ao substantivo que complementa as qualidades do labirinto. Assim, por exemplo, fala-se em literatura labiríntica, no sentido de uma obra com trama complexa ou narrativa que opta por caminhos não lineares.
O escritor argentino Jorge Luis Borges se valeu, em muitos de seus escritos, desta imagem envolta em mistérios desde tempos remotos, chegando a compor um texto intitulado ‘O Labirinto’. Ele via o mundo como um labirinto do qual é impossível fugir, pois seus caminhos são totalmente desorientadores e ilusórios.
O labirinto de Creta, um dos mitos gregos mais conhecidos, é edificado por Dédalo para nele encerrar o monstro conhecido como Minotauro, meio homem, meio touro, que constantemente era alimentado com jovens a ele oferecidas. Teseu, guiado por Ariadne, que marca o caminho com um fio de novelo, tem o mérito de destruir esta criatura.
Há os labirintos mais simples, com trilhas que seguem uma única direção e, depois de alguns movimentos circulares, leva as pessoas ao seu núcleo. E há os Dédalos, que têm como objetivo desorientar os viajantes, através de entradas e saídas variadas.
Entre os gnósticos o labirinto também tem uma conotação iniciática, pois o adepto deve percorrer seus caminhos, passando assim por uma espécie de âmago espiritual invisível, onde ocorre a conversão das sombras em luz e, assim, uma renovação pessoal. É quando o ser se depara finalmente com a verdade que busca.
Blog Breves sussuros 

domingo, 10 de junho de 2012

Dia dos namorados!

Adorei o texto:
Cadê a tampa da minha panela?...
Ah, sejamos sinceras mulheres modernas: no fundo, no fundo, a gente quer mesmo é alguém pra dormir protegida no peito...E nem é medo de ficar pra titia não, . É vontade de sentir aquela coisinha misteriosa de "é esse!". Como será sentir isso? Eu sempre sinto que "pode ser esse, ou talvez com algumas mudancinhas possa ser esse ou talvez se ele quisesse, poderia ser esse...". Não, isso tá errado. Quero sentir que "é esse".
Dizem que materializar os sonhos escrevendo ajuda, então lá vai: quero transar com beijo na boca profundo, olhos nos olhos, eu te amo e muita sacanagem, quero cineminha com encosto de ombro cheiroso, casar de branco, filhos, casinha no campo com cerquinha branca. Quero ouvir Chet Baker numa noite chuvosa e ter de um lado um livrinho na cabeceira da cama e do outro o homem que amo.
Quero sambão com churrasco e as famílias reunidas. Quero ter certeza, ali no fundo da alma dele, de que ele me ama. Quero que ele saia correndo quando meu peito amargurado precisar de riso. Que ele esqueça, de vez em quando, seu lado egoísta, e lembre do meu. Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor.
Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre.
Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura. Quero foto brega na sala, com duas crianças enfeitando nossa moldura. Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre.
Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém e me olhar com aquela cara de "essa mulher é única".
É mais ou menos isso. Achou muito? Claro que não precisa ser exatamente assim, tintim por tintim...
E quando eu tiver tudo isso e uma menina boba e invejosa me olhar e pensar que "aquela instituição feliz não passa de uma união solitária de aparências" vou ter pena desse coração solitário que ainda não encontrou o verdadeiro amor.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Casos Inacabados

Revista Época:


Tem gente que vai ficando na nossa vida. A gente conhece, se envolve, termina, mas não coloca um ponto final. De alguma forma a coisa segue. Às vezes, na forma de um saudosismo cheio de desejo, uma intimidade que fica a milímetros de virar sexo. Em outras, como sexo mesmo, refeição completa que mata a fome mas não satisfaz, e ainda pode causar dor de barriga. Eu chamo isso de caso inacabado.


Minha impressão é que todo mundo tem ou teve alguma coisa assim na vida. Talvez seja inevitável, uma vez que nem todas as relações terminam com o total esgotamento emocional. Na maior parte das vezes, temos dúvida, temos afeto, temos tesão, mas as coisas, ainda assim, acabam. Porque o outro não quer. Porque os santos não batem. Porque uma terceira pessoa aparece e tumultua tudo. Mas o encerramento do namoro (ou equivalente) não elimina os sentimentos. Eles continuam lá, e podem se tornar um caso inacabado.


Isso às vezes acontece por fraqueza ou comodismo. Você sabe que não está mais apaixonado, mas a pessoa está lá, dando sopa, e você está carente... Fica fácil telefonar e fazer um reatamento provisório. Se os dois estiverem na mesma vibração – ou seja, desapaixonados – menos mal. Mas em geral não é isso. 


Quase sempre nesse tipo de arranjo tem alguém apaixonado (ou pelo menos, dedicado) e outro alguém que está menos aí. A relação fica desigual. De um lado, há uma pessoa cheia de esperança no presente. Do outro, alguém com o corpo aqui, mas a cabeça no futuro, esperando, espiando, a fim de algo melhor.
Claro, não é preciso ser psicólogo para perceber que mesmo nesses arranjos desequilibrados a pessoa que não ama também está enredada. De alguma forma ela não consegue sair. Pode ser que apenas um dos dois faça gestos apaixonados e se mostre vulnerável, mas continua havendo dois na relação. Talvez a pessoa mais frágil seja, afinal, a mais forte nesse tipo de caso. Pelo menos ela sabe o que está fazendo ali.  
A minha observação sugere, porém, que boa parte dos casos inacabados não contém sexo. A pessoa sai da sua cama, sai até da sua vida, mas continua ocupando um espaço na sua cabeça. Você pode apenas sonhar com ela, pode falar por telefone uma vez por mês ou trocar emails todos os dias. De alguma forma, a história não acabou. A castidade existe, mas ela é apenas aparente. Na vida emocional, dentro de nós, a pessoa ainda ocupa um espaço erótico e afetivo inconfessável.  
Esse tipo de caso inacabado é horrível. Ele atrapalha a evolução da vida. Com uma pendência dessas, a gente não avança. Você encontra gente legal, mas não se vincula porque sua cabeça está presa lá atrás. Ou você se envolve, mas esconde do novo amor uma área secreta na qual só cabem você e o caso inacabado. A coisa vira uma traição subjetiva. Não tem sexo, não tem aperto de mãos no escuro, mas tem uma intimidade tão densa que exclui o outro – e emocionalmente pode ser mais séria que uma trepada. Ainda que seja mera fantasia.
A rigor, a gente pode entrar numa dessas com gente que nunca namorou. Basta às vezes o convívio, uma transa, meia transa, e lá está você, fisgado por alguém com quem nunca dormiu – mas de quem, subjetivamente, não consegue se esquivar. Telefona, cerca, convida. Estabelece com a pessoa uma relação que gira em torno do desejo insatisfeito, do afeto não retribuído. Vira um caso inacabado que nunca teve início, mas que, nem por isso, chega ao fim. Um saco. 
Se tudo isso parece muito sério, relaxe. Há outro tipo de caso inacabado que não dói. São aquelas pessoas de quem você vai gostar a vida toda, cuja simples visão é capaz de causar felicidade. Elas existem. Você não vai largar a mulher que ama para correr atrás de uma figura dessas, mas, cada vez que ela aparecer, vai causar em você uma insurgência incontrolável de ternura, de saudades, de carinho. O desejo, que já foi imenso, envelheceu num barril de carvalho e virou outra coisa, meio budista. Você olha, você lembra, você poderia querer – mas já não quer. Você fica feliz por ela, e esse sentimento é uma delícia. 
Para encerrar, uma observação: o alcance e a duração dos casos inacabados dependem do momento da vida. Se você está solto por aí, vira presa fácil desse tipo de envolvimento. Acontece muito quando a gente é jovem, também se repete quando a gente é mais velho e está desvinculado. Mas um grande amor, em qualquer idade, tende a por as coisas no lugar. Uma relação intensa, duradoura, faz com que a gente coloque em perspectiva esses enroscos. Eles não são para a vida inteira, eles não determinam a nossa vida. Quem faz diferença é quem nos aceita e quem nós recebemos em nossa vida. O que faz diferença é o que fica. O resto passa, que nem um porre feliz ou uma ressaca dolorosa. 
(Ivan Martins escreve às quartas-feiras)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Dietinha.....


Estão me perguntando o que estou fazendo para conseguir enfim emagrecer, afinal, de fevereiro até hoje foram menos 13 kgs!
O que aconteceu?
Bem um dia trabalhando, já com apelido de Flávia Formiga, por comer sem parar qualquer tipo de açúcar que aparecesse, uma amiga me olhou e disse assim: Você está com uma cara de lua cheia sabia... Aquilo bateu assim no fundo da minha alma... doeu sabe... mas eu sabia que era verdade. Obrigada Flavinha pelo toque! Sou muito grata a ti por isso!
Resolvi voltar pra academia... já era um começo... já que não posso tomar mais remédios para emagrecer... de tanto toma-los, ganhei várias disfunções de tireoide e hipertensão arterial e muitos e muitos quilos a mais por rebote de anfetaminas!
Ai passando mais um tempinho, outra amiga, que já tinha perdido bastante peso, me emprestou o livro "Emagrecer Saudável" do dr Dukan que lamento estar esgotado nas livrarias, mas que deu para eu parar e pensar na tal reeducação alimentar....
Deixa eu fazer uma observação aqui. O certo é procurar um profissional, nutricionista, nutrólogo, endócrino ou qq um outro capaz de auxiliar na Reeducação Alimentar. Mas como todo mundo sabe, sou dura, trabalho muito, logo, não tenho tempo nem dinheiro disponível para esse luxo!
Me dediquei com afinco a dieta da Cristina... e começou a dar certo!!! É bem simples, é só comer toda proteína que vc assim desejar... toda do mundo... mas só proteína! Uma semaninha só! Vamos lá vc consegue! e me matando de malhar...
Segunda semana, liberado saladas com folhas, ops, odeio folhas, nunca as comi em minha vida, e agora?
Aí, queridos, entornou o caldo... porque comecei a desorientar... isso mesmo. Me perdia momentaneamente no corredor do hospital, via coisas, sentia frio e tonteira.
Voltei ao livro, estava escrito lá: Não fazer exercícios durante a dieta!!! Porque a gente só lê o que interessa heim?
Repensei nos meus valores e provei alface, acelga e chicória... não sei se foi a fome, a desorientação ou a necessidade... sei que passei a gostar e muito! Faço umas saladas bem legais e o mais curioso... sem tempero, porque ainda acho que não gosto de azeite e vinagre!
Mas ainda não bastava... faltavam algumas coisas....
Bem, larguei o livro pra lá, continuei malhando e usando o bom senso nas escolhas alimentares. Está dando certo e já são 13 kgs eliminados!

  • O que cortei: Açúcar, arroz (nem integral), feijão, farinha de trigo e tudo que a usa em sua composição (tudo de bom), pão (nem integral, nem rap 10, nem sírio) batata, inhame, cenoura, beterraba e aipim (que vem debaixo da terra). Simples né!
  • Permitido com moderação: Polenguinho Ligth, Queijo amarelo, Barra de Cereal (olha o trigo aí disfarçado), creme de leite light, frutas e sucos. Me dou o luxo de comer 30 grs de chocolate por dia, já que sou chocólatra assumida... isso equivale a dois batons, ou dois bombons, ou a um talento pequeno!!!! 
  • Liberado: Ovo, carne, peixe, camarão, frango, salada verde, tomate, palmito, champingnon, ervilha, milho, água de coco, leite desnatado, coca cola zero, presunto, peito de peru, ricota, queijo minas, abobrinha, berinjela, iogurte desnatado.
Alguns truques para enganar a gula rsrsr: Gelatina e Pudim Royal zero. Doce de leite e suspiro zero do Mundo Verde. 

Não vou dizer que é a dieta mais perfeita do mundo, faço 5 refeições por dia e comigo está dando certo. Eu a chamo de bom senso!
Óbvio que em aniversários, festas e afins me dou o direito de comer salgadinho, bolo e doce como uma pessoa normal... estou fazendo dieta porque quero estar bonita, saudável e não porque estou doente... por isso acho que não é crime me permitir. Nada de privações chiitas! Nada de autoflagelação! 
O que engorda é a tristeza, o pessimismo, a depressão, a ansiedade...
Posso dizer que hoje estou e sou bem mais feliz! e como é bom ouvir elogios!
Boa sorte a todos! Bjs