sábado, 7 de agosto de 2010

FELIZ DIA DOS PAIS

Minhas lembranças de infância se perderam no tempo. Dizem que podemos lembrar de fatos bastante remotos, mas não é o que acontece comigo. As imagens são sempre confusas e embaçadas, como se estivessem escondidas num espelho d'agua lindo e negro. Falar do meu pai é assim, presente e ausente, calmo e conflituoso. Lembro de andanças pela floresta da Tijuca, dos almoços da casa da vovó, com a tia Mouse roubando o colo da vovó, o café e as conversas. Lembro das sessões de slide. Lembro das aulas de direção no Gol azul, em um terreno baldio onde hoje é a Tijuquinha. Lembro dos passeios de barco e do "lugar dos cães". Lembro das tardes de praia e do Caladril. Lembro das coisas ruins também, como esquecer que pra ele liguei de madrugada pra me salvar de situação de perigo... meu pai meu herói! Lembro de que no caminho do altar, ate o ultimo minuto, ele insistiu para que fugissimos e tenho certeza que se eu assim quisesse, fugiríamos mesmo - juntos e de moto! Lembro de nossas brigas e numa delas, onde escrevi uma carta com caneta vermelha (eu juro que não tinha outra disponível) de raiva, recebi um livro com uma carta de cor verde de esperança como resposta... lembro que esteve ao meu lado quando minha filha nasceu, mesmo deixando um encontro importante de lado. Lembro que me fez enxergar o mundo, me ensinou a importância de ler, me ensinou a ter paciência, a gostar de fotografia e rir do mundo. Lembro dos cafés da manhã do apt da Tijuca que por sinal são responsáveis pelo que sou hoje, eu olhava e pensava, o dia que eu for grande todo dia lá em casa vai ser assim.... e hoje é assim! Tudo o que sou hoje, devo a essa pessoa! Posso não lembrar de muita coisa, mas ao olhar pra trás, só tenho a dizer: MUITO OBRIGADA POR VC EXISTIR! feliz dia dos pais! Te amo muito e para sempre!

Um comentário:

Unknown disse...

Puxa, que legal, não imaginava tanto. Meu ego está tão inflado que meus dedos não cabem no teclado... rsrsrs ... Não repare se eu saio pela tangente sempre com uma brincadeira, ou, como dizem os velhos poetas humoristas, com um "dito chistoso", mas você bem sabe que, para bem ou para mau, vim a esse mundo a passeio, mais para me divertir do que para dar valor às coisas sérias. Porém, diante da seriedade do nosso amor, faço um esforço e digo de todo coração que minha vida só começou realmente num dia 26, ali na Maternidade Santa Lúcia, em Botafogo, quando vi, de passagem, aquela mãozinha que emergia das toalhas que a envolviam, ainda nos braços da enfermeira. Minha emoção foi tanta, que passados aqueles momentos de espera, desci pra beber um refrigerante para aplacar a sede da adrenalina. Dei um grande e sequioso gole e ... o refri saiu todo pelo meu nariz! A emoção havia estreitado minha garganta! E assim tem sido a vida, de emoção em emoção, que vai costurando esse tecido terno que nos agasalha juntos e que se chama amor. Obrigado por você ter vindo pra mim. Beijo do Pai.