domingo, 6 de junho de 2010

sobre estra só

 

Hoje não trago flores nem estou engraçadinha. Fruto de uma TPM talvez, ou de quem realmente está cansada de bater cabeça e tomar banda por ai.
Um velho provérbio diz que “Quando nem o diabo te quer, só Deus” ou, um outro, “Você vai para igreja por amor ou por dor”. Cansada de ser sacaneada, ignorada, pisada e mal tratada, resolvi ir a missa. Recarregarei minhas baterias, pensei.
Doce ilusão, depois me arrumar, pegar o ônibus, resolvi ligar pro meu pai e saber se estava certa no horário... pra que?? O dia que ele atender uma ligação minha ai sim não precisarei ir a lugar nenhum pois o milagre já foi feito! Ele nunca me atende! Acho que só lembra as vezes que existo. Isso pra não aumentar minha tristeza, porque na verdade amigos, ele não lembra de mim nunca. Esta sempre ocupado com sua família, meu avô velhinho e minha irmã, essa sim menina de sorte, que pode conhece-lo, conviver com ele, sentar no seu colo e ouvir suas histórias, só não tenho mais inveja dela porque deve ser um saco ser filha da moça. Ou não, bem as vezes ela é legal, tão legal que sempre quer saber o quero com ele, e, quando preciso muito de uma informação urgente ligo pros dois! Claro que ela sempre retorna! Confirmo então o horário da missa e descubro que não era aquele que eu estava indo. Já havia acabado!
Ali estou, sentada no ônibus, indo a parte alguma... puxo a cigarra e desço imediatamente. Já ficando um pouco mais entristecida, lembro que tem uma outra igreja ali perto. Decido ir caminhando pois a distância é curta e vou pensando nos propósitos de Deus em minha vida.
Lá chegando, vi que o culto estava terminando... é pelo jeito o proverbio é outro, “Nem o diabo nem Deus me quer”. E assim sigo caminhando tomando consciência do quanto estou só no mundo.
Sabe, quando nos sentimos solitários, sabemos que temos uma Mão Maior que nos sustenta e prepara o nosso dia de amanhã, mas quando nos damos conta que esse fio mágico, o tal cordão de prata ou como quiser chamar, não existe abre um enorme buraco no seu chão.
Me senti em queda livre e assim estou agora, plainando. Tentando entender. Tentando olhar a solidão absoluta de frente. Ela fria e feia. Aperta minha garganta. Não preciso provar nada a ninguém, porque de hoje em diante, provarei só a mim mesma.
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