quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Meu pai por ele mesmo!
Quando eu nasci, foi como se as Forças e Inteligências - que em nossa Família chamamos de Deus - nos tivesse concedido mais uma das muitas graças com que fomos outorgados em nossas humildes existências. Nasci em minha própria casa, numa cidade pequena, e, por isso, a maternidade foi dispensada, porque meus pais desejavam que eu viesse ao mundo no aconchego do lar. Assim, vim ao mundo cercado das pessoas mais queridas naquele momento de minha vida e, talvez por isso, eu seja tão feliz, como se ouvisse a música das esferas e como que tocado por um anjo especial. Tudo que começa bem, segue assim até o final. Assim, minha infância foi coroada de alegria, em harmoniosa convivência com todos os que de mim se aproximaram. Fui instruído nas primeiras letras por minha mãe, já que meu pai trabalhava muito para nos manter e, viajante que era, não lhe restava muito tempo para esses afazeres. Talvez por isso fui muito feliz na escola formal, onde me destaquei entre os demais colegas e de onde saí estimado pelos demais alunos e mestres. A escola e os sábios conselhos de minha amada família me prepararam para a vida de trabalho que se seguiria. Cumprido com garbo e vibração cívica o meu período de serviço militar, eis-me pronto a prestar concurso para uma Instituição de economia mista, onde trabalhei e tive meus serviços reconhecidos por meus superiores por mais de trinta anos. Neste meio tempo casei-me com uma moça prendada e trabalhadora com quem tive dois amados filhos. Infelizmente, em virtude de minha própria imaturidade, deixei que alguns fatos interferisse negativamente em nossa relação e dela me separei, com o coração partido e a alma enxovalhada. Sofri. Desci ao mais profundo do Inferno, me corroendo de culpa, que eu imaginava sem remissão. Mas o tempo é o melhor remédio e, passados alguns anos de solidão e tristeza encontrei, já quando cursava a faculdade, uma moça que me pareceu adequada aos meus propósitos de amor e completude. Era uma moça igualmente inteligente e prendada. Porém, quis o destino que esta também não fosse aquela que iria agasalhar meu coração e ela também partiu. Partiu, deixando um fruto do nosso amor, um menininho belo e de olhos grandes e brilhantes, que era meu orgulho e minha paixão. Ainda assim eu fui feliz. Depois de penar algum tempo a solidão, encontrei finalmente aquela que seria minha companheira até aos dias de hoje. Entretanto, já me faltava a força viril necessária para gerar um filho, nada obstante a afirmação dos médicos de que eu estaria absolutamente apto a procriar. Depois de tentarmos tudo que a Ciência Médica podia nos oferecer, tivemos que escolher outra forma para nos completarmos como família. Adotamos uma linda menininha, ainda com quatro meses de idade e que hoje é uma bela e estudiosa mocinha. Hoje, cercado por todos com quem convivi em harmonia, sinto-me recompensado ao receber de volta o amor que dediquei. Tenho netos e um bisneto maravilhoso e todos convivem no mais perfeito entendimento e desfrutamos de felicidade completa, que embora tardasse, hoje enche nossos corações de paz e contentamento. Tomados pelo exemplo de cidadão e pai de família exemplar que sempre fui, todos estão muito bem, formados e ajustados em suas vidas. Também são bons cidadãos, cumpridores de seus deveres para com a sociedade, éticos e profundamente honestos. Enfim, homens e mulheres felizes e tementes ao Criador, que não trazem a seus pais a mínima preocupação. Por tudo o que passei na vida não me considero um homem exatamente perfeito, mas um homem realizado, na Graça do Pai. Só preciso perder essa mania de mentir um pouco.
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